Cinema falado
O advento do som, nos Estados Unidos, revoluciona a produção cinematográfica mundial. Os anos 30 consolidam os grandes estúdios e consagram astros e estrelas em Hollywood. Os géneros se multiplicam e o musical ganha destaque. A partir de 1945, com o fim da 2a Guerra, há um renascimento das produções nacionais – os chamados cinemas novos.
A adesão de quase todas as produtoras ao novo sistema abala convicções, causa a inadaptação de actores, roteiristas e directores e reformula os fundamentos da linguagem cinematográfica. Directores como Charles Chaplin e René Clair estão entre os que resistem à novidade, mas acabam aderindo. “Alvorada do amor”, de Ernst Lubitsch, “O anjo azul”, de Joseph Von Sternberg, e “M, o vampiro” de Dusseldorf, de Fritz Lang, são alguns dos primeiros grandes títulos.
Cinema mudo
O cinema ainda não era bem cinema – era ainda cinematógrafo dos Lumieré ou o quinetoscópio de Edison – mas já encantava tudo e todos. Durante quase trinta anos o cinema tornou-se na maior indústria de massas, e, pasme-se, numa das maiores artes do novo século. E fê-lo sem o recorrer ao som. Não que os filmes fossem, qual uma igreja em estado de oração interior, apologistas do silêncio. As exibições em teatros, óperas ou feiras dos primeiros filmes eram acompanhadas invariavelmente de música de fundo, habitualmente da autoria de um pianista que aplicava a sua própria visão das cenas do filme às teclas do piano. Logo, ver um filme em salas diferentes implicaria sempre ouvir um acompanhamento sonoro diferente. Ao longo do tempo os próprios sons do piano foram-se padronizando, (todos sabiam que ao ouvir determinado acorde estavam perante o vilão) atirando para o chão a teoria de que o mudo era silêncio. Não o era nem nunca o foi. Como Alfred Hitchcock disse um dia “Os filmes mudos eram perfeitos. Só lhes faltava o som sair da boca das personagens.” E o som tinha de facto o seu papel no cinema mudo!
fonte:tripod